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Projetos Residenciais

Residência em São Paulo

LOCALIZAÇÃO

São Paulo SP

ÁREA DO TERRENO

422,00m²

ÁREA DA CONSTRUÇÃO

349,67m²

TÉCNICA CONSTRUTIVA

Concreto armado com fechamento em blocos cerâmicos

DATA DO PROJETO

2011

DATA DA CONCLUSÃO

2012

PROPOSTA

Essa casa tem histórias engraçadas. Ela tem um programa extenso para uma pessoa que mora sozinha, pelo menos por enquanto, nunca se sabe. Foram solicitadas 4 suítes, um closet bem grande, para poder guardar muitas coisas, um espaço para churrasqueira que coubessem 50 pessoas (isso se tornou inviável depois de acomodar todos os outros ambientes, mais as ampliações), cozinha grande e sala bem grande. Um primeiro desafio que surgiu nesse projeto foi a existência de 3 árvores bem no meio do lote, uma pitangueira, uma amoreira e uma cerejeira, essas 3 árvores lembram-me muito minha infância e começou por aí o desejo de preservá-las, outro motivo é a burocracia para conseguir uma autorização para removê-las e o risco que é fazer isso sem autorização, pode não acontecer nada, mas pode vir uma multa bem pesada para cada uma delas. No início estava muito difícil acomodar tudo com elas ali no meio e a opção de cortá-las quase se concretizou, mas conversando com amigos, ganhou a decisão de mantê-las. Houve resistência, vizinhos, parentes e tudo mais ficavam na cabeça da proprietária tentando convencê-la de que essas árvores eram "porcarias", em arquitetura às vezes é necessário um pouco de “mágica” e para isso é importante observar o comportamento das pessoas, a proprietária gosta muito de pássaros, então o argumento pró-árvores ganhou força, pois, sendo frutíferas, elas trariam muitos deles sempre que estivessem carregadas, contei do meu quintal onde eu acordava com os sabiás cantando e pronto, as árvores venceram.

No desenvolver do projeto e da obra o pai dela insistiu muito para a casa ter beirais de 1,00m de largura! Ele, um português, sempre de cara amarrada, mas que é "muito gente fina", como ele mesmo diz e com aquele sotaque característico, me telefonava e inúmeras vezes e dizia: "Tudo baim, e os bairais, tem quantos metros?" Situação bem engraçada essa. Observando a perspectiva e comparando com as fotos é possível notar uma alteração no telhado da frente, isso ocorreu durante a obra depois de o telhado projetado estar quase pronto, foi necessário quebrar tudo e criar uma água para frente, de modo que os agradasse mais.

Tem tantas histórias que poderia escrever um livro, mas finalizo dizendo que gosto muito desse projeto, gosto muito dos proprietários, recentemente descobri que um casal tem acompanhado a obra e fotografado, pois segundo relatos eles gostaram muito da casa.

O que gostaria de compartilhar é que essa casa foi uma mostra de que com um pouco de criatividade, podemos preservar certas coisas, como as árvores que existiam ali, em vez de simplesmente derrubarmos tudo o que existe no caminho. VOLTAR